A Influência do Preparo Psicológico Pré-Vestibular

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duas pessoas sentadas de costas uma para a outra, estudando em um banco de madeira

Vestibular Saudável

A Influência do Preparo Psicológico Pré-Vestibular

Pode-se dizer que o estudante do ensino médio experimenta um período de transição bastante importante em sua vida escolar e pessoal, sendo este o processo de seleção do exame vestibular para a entrada na Universidade. Desse modo, entrar na Universidade é desenvolver autonomia, construir uma identidade e desenvolver relações interpessoais. O vestibular é um marco crucial e simplesmente a representação simbólica da saída da fase da adolescência para a fase adulta.

Na adolescência há o surgimento de uma série de transformações podendo ser um momento de vulnerabilidade para alguns e potencialização de estressores para outros. Alguns jovens enxergam o vestibular como oportunidade de ascensão social, outros como desejo vocacional e, por fim, há aqueles que enxergam como manutenção socioeconômica. É importante salientar que, na adolescência não se está maduro o suficiente e com o controle pleno sobre aspectos psicológicos.

É fundamental a preparação, assim como a experiência anterior, envolver questões sociais e psicológicas para a concretização do processo em voga. O vestibular é uma etapa de pertencimento necessária ao crescimento do jovem e adulto, vivenciando uma passagem de duplicidade que ora pode incluí-lo como ora pode excluí-lo.

A preparação básica para o vestibular consiste na organização pessoal do candidato como: estar com a matéria em dia, fazer a utilização da internet para complementar os estudos, ter conhecimento sobre os principais livros exigidos, saber quais são os temas atuais da redação e estudar com os professores de forma online novos temas.

O apoio familiar é válido amenizando os impactos negativos e principalmente, psicológicos que podem ocorrer antes, durante e após a prova, cooperando também na elaboração desse tipo de organização. Há naturalmente o fenômeno da ansiedade durante a preparação do vestibular diante de incertezas bem como cobranças de vários lados: família, amigos e sociedade pela aprovação imediata.

Sabe-se que o esforço dos estudantes é outro aspecto levado em consideração. A alta carga de estudos é hoje uma grande preocupação entre especialistas que dizem afetar a saúde mental de candidatos pela pressão na juventude em ter que fazer escolhas tão importantes que podem determinar uma carreira profissional no futuro. Geralmente o candidato passa horas extenuantes de estudos sob exaustão interna e externa de familiares, professores e sociedade, pela escolha profissional acarretando ansiedade como fator preponderante para o processo de preparação.

Nem sempre é possível absorver toda a matéria durante o período de estudos devido ao vasto material exigido pelo currículo pedagógico. Isto posto, recorrer a cursos pré-vestibulares acaba sendo uma forma de se preparar melhor e aumentar a probabilidade de ingressar no ensino superior. Entretanto, o exame vestibular é uma vivência complexa envolvendo recursos acadêmicos, familiares, sociais, e por que não psicológicos. Ter material disponível faz toda a diferença, porém alguns estudantes infelizmente não dispõem de acesso e a modalidade educacional de cursos pré-vestibular é um diferencial em termos de condições econômicas em alguns casos.

A experiência do insucesso pode ser fruto de diversas explicações no exame vestibular. Fala-se muito sobre a relevância do preparo e suas condições para o melhor desempenho do candidato na hora da prova. Por vezes, o estudante está bem preparado com a matéria e exercícios. Mas, outros elementos podem atrapalhar como a insegurança, um componente psicológico que traz ansiedade e pressão além de pensamentos de desconfiança e menos-valia. Portanto, perceber as influências de elementos psicológicos auxilia a perceber, identificar e atribuir compreendendo o trajeto emocional e também acadêmico de estudos que pode ser melhorado ou revisado.

Sobre os aspectos psicológicos o estresse e a ansiedade aparecem como grandes elementos influenciadores do processo pré-vestibular. Para lidar com o estresse é importante saber ter a percepção e habilidades, o que se chama interpretação cognitiva. Caso o estudante não tenha, ele terá dificuldades para manejar tal aspecto. Já a ansiedade nos vestibulandos está relacionada a dor de cabeça e cansaço, todavia a expectativa a aprovação e a escolha da profissão.

As questões de saúde mental podem demonstrar repercussão física por meio de somatizações. O vestibulando pode ter o sofrimento em proporções tão fortes que se manifesta como sintoma corporal sem explicações orgânicas aparentes, influenciando significativamente a qualidade de vida e desempenho estudantil. Isso é comum no funcionamento fisiológico do organismo em casos de tensão, por exemplo.

Fato é que para os candidatos ao exame vestibular, a ansiedade aumenta conforme a data se aproxima da prova, curiosamente havendo elevado consumo de açúcar, interferência na qualidade de sono e em alguns casos uso de medicamentos psicotrópicos. Pesquisas afirmam que 90% dos estudantes de vestibular tiveram hábitos alterados por conta da preparação pré-vestibular.

Existem alguns fatores que contribuem para a manutenção da ansiedade na preparação da prova: a espera pelo dia da prova relacionada ao planejamento em si; a competitividade do processo; a percepção de que só os melhores são aprovados compartilhando a ideia de que o sucesso depende também do desempenho dos outros candidatos e não apenas da nota alcançada.

O estresse tem ocupado expressivo papel nos debates acerca dos estudos, não obstante ocupa diversas categorias como persistente, intenso e crônico. Mesmo presente no cotidiano ele influencia substancialmente no humor e comportamento podendo mudar a vida ou semestres de estudos novamente, interferindo no aumento da frequência cardíaca e também pressão arterial, ou seja, a expectativa influi questões de homeostase adaptativas no organismo que antigamente já foram utilizadas para outros problemas.

Dentre estratégias funcionais capazes de amparar o candidato têm-se a capacidade de autorregulação muito importante na autonomia e desempenho acadêmico. A aprendizagem cognitiva e metacognitiva mostra pontos positivos concomitante as estratégias motivacionais, melhorando a autoeficácia, a expressão e compressão verbal, aumento da autoestima e melhor aproveitamento nos hábitos de estudo.

Em outras palavras a capacidade de manter o foco e motivar-se no cumprimento dos estudos é imprescindível. Ter conhecimento daquilo que se está fazendo e continuar mantendo o mesmo nível de concentração não é uma tarefa fácil. Contudo, os determinantes de obtenção do sucesso são construídos dia a dia e alicerçados vitoriosamente pela conclusão de metas conforme prazos estipulados com datas realistas.

A influência do preparo psicológico é primordial para a performance estudantil onde o nervosismo não seja mais um obstáculo dentro do processo pré-vestibular. Em torno dessa experiência significativa o descanso tem uma função tanto reparadora quanto na contribuição da mente consequentemente para melhor absorção e fixação dos conteúdos de conhecimentos e aprendizados novos. Vale salientar que cultivar bons pensamentos organizando o seu dia anteriormente facilita e diminui o estresse, aumentando a autoconfiança e estado psicológico frente o dia da prova. Trazer lanches leves, beber água, encarar as questões mais difíceis em primeiro lugar, pode ser uma estratégia, pois estará mais descansado. E se acontecer um branco que é natural, respire! Faça outras questões e retorne depois as anteriores. A ansiedade pode interromper e dificultar o acesso de informações armazenadas.

Outra dica válida é ler com atenção as instruções da prova. Não se esqueça de saber como é o modelo do exame para se sentir seguro de como realizá-lo até o final. Assim, o tempo médio que se dispenderá em cada questão é um fator indispensável. Isso intermediará o tempo gasto do exame vestibular e os pontos onde há facilidade e dificuldade na prova, além do tempo relativo para a redação.

Uma estratégia complementar de interesse para o alívio de tensões e da ansiedade que o próprio período pré-vestibular proporciona é incluir música para relaxar, pois permite atividade corporal e musical, reduzindo sentimentos estressores resultantes do contexto acadêmico. Exercício físico também é necessário pois passa-se muito tempo sentado, sendo um bom mediador de estresse para a preparação.

As desistências ao vestibular são um fato. Depois de inúmeras tentativas, o candidato cansa de tentar e esperar estudando e se preparando ano após ano. O medo está referenciado a ser avaliado ao seu hábito de estudar e não alcançar o objetivo, diante das expectativas familiares e sociais. Os riscos ao fracasso frequente podem causar adoecimentos psíquicos, sendo alvo de conflitos, dúvidas, ansiedade e estresse.

A escolha de uma profissão, geralmente na adolescência, pode servir de motivação para o vestibulando traçar o planejamento que o leve ao sucesso no vestibular. Só que, também pode ser um fator ansiogênico, uma vez que, a escolha implica em conhecer a área de atuação; perspectiva no mercado de trabalho, funcionamento da rotina, atribuições de cargos e salários e tudo o que está relacionado a vida profissional. Já a escolha propriamente dita da profissão é multifatorial contendo aspectos da política, da economia, da sociedade, da educação, da família e da psicologia.

O exame vestibular tem recebido críticas por acontecer em um único momento depois de todo um ciclo percorrido no ensino médio. Tal prova se caracterizada por questões de aspectos associados a conhecimentos gerais e específicos onde o candidato é avaliado pelo desempenho acadêmicos de conteúdos ensinados no ano letivo, mediante ordem classificatória das provas por melhor pontuação. Esse único momento poderia refletir não o despreparo dos alunos, mas como há evidências corroborando que questões emocionais abalam aspectos psicológicos durante a realização da prova e por conta disso influencia sobre resultado negativo do candidato, é para se repensar o modelo empregado de avaliação educacional proposto.

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Ádhila C. O de Espírito
Psicóloga (CRP 109972) – Especialista em Saúde Mental
Artigo: A Influência do Preparo Psicológico Pré-Vestibular

As opiniões emitidas pelos autores, comentaristas e jornalistas não refletem necessariamente a opinião da Faculdade Ibptech

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