Juventude e Tecnologia: A Interface entre Aprender e Conviver Conectado

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moça sentada em restaurante sorrindo enquanto olha para o celular

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Juventude e Tecnologia: A Interface entre Aprender e Conviver Conectado

A interface entre aprender e conviver conectado e as discussões acerca do uso apropriado das tecnologias pelos jovens são questões bastante abrangentes na atualidade. Fato é que, a produção de conhecimento pela juventude está cada vez mais notória segundo o panorama de pesquisas e o ramo da tecnologia não se encontra atrás nesse quesito.

Fazendo uma breve tela histórica, na década de 60, os jovens ocupavam condição de participação estudantil na veemência de forte realização de atividades culturais ativamente critica e organizada. Já na década de 70, por conta da ditadura militar, houve uma certa inércia política e cultural. Na década de 80, os jovens começaram a repensar sua prática tanto estudantil quanto política. Em meados de 90 foi um período marcado pela busca de identidades e micropolíticas. Nos anos 2000 se concentrou a era das novas redes sociais, circuitos culturais diversificados e a afirmação de pautas políticas cotidianas e dispositivos móveis desempenharam um crescimento vertiginoso entre os jovens como: smartphones, tablets e laptops.

Nos dias de hoje, a internet é um espaço para formar novas amizades, permitir a interação social, facilitar a expressão livre de opiniões e produção cultural de conteúdo, o que faz pensar na necessidade dos jovens sobre o sentimento de pertencimento a uma rede tanto virtual como presencial. Com isso, nos últimos anos, o acelerado desenvolvimento de novas tecnologias de informação e comunicação trouxe a popularização das tecnologias digitais ao dia a dia de inúmeras pessoas, apresentando o cotidiano da cibercultura. É partir de então que um celular conectado a internet facilita comunicações dinâmicas e múltiplas caracterizando a cibercultura, possibilitando o empoderamento para armazenar, editar e publicar conteúdo em diferentes ciberespaços.

Pensar que a sociedade tem sofrido mudanças significativas acerca da revolução das tecnologias digitais é um fato muito importante em termos de revolução da comunicação e networking. Isso faz com que, seja possível compreender como cada público utiliza as mídias sociais para usufruto e obtenha melhores resultados sociais e de saúde.

Entretanto, algumas transformações no tempo de uso tem acontecido diante do comportamento dos jovens atualmente. A disponibilidade de acesso aos dispositivos móveis têm aumentado drasticamente e portanto, trazido consequências entre pais e jovens dentro de casa. Pode-se dizer que, quanto maior o tempo de exposição de crianças e jovens devido a oferta crescente no mercado pela disseminação do desenvolvimento tecnológico, maior será a duração recomendada de 2 horas diárias pela Academia Americana de Pediatria. Estar diante da tela por muito tempo está associado a problemas de saúde, como questões de saúde física e comportamentais, aumento da massa corporal, dificuldades acadêmicas e comportamentos problemáticos. Contudo, usar positivamente está ligado ao desenvolvimento da alfabetização e desempenho escolar.

Pais e filhos tem experimentado um distanciamento familiar trazendo prejuízos em seu convívio em decorrência do uso excessivo da internet. Isso de deve ao fato de que, cada membro escolhe acessar seu aparelho tecnológico em um cômodo da casa isoladamente, o que pode acarretar ausência de responsabilidades no futuro, perda de identidade, aumento de estresse e falta de empatia.

Os pais têm percebido que o uso das tecnologias são necessárias na sociedade atual para a educação dos seus filhos, porém, acreditam que do ponto de vista negativo podem afetar seu crescimento, por exemplo: proporcionando alterações na qualidade do sono. Atualmente, os pais estão preocupados em colocar limites capazes de trazes benefícios potenciais aos filhos. A juventude de hoje é aquela que se influencia pelos estilos de vida divulgados pelas mídias sociais, assim buscando uma identidade, um padrão de imagem, independente da condição financeira e região.

As redes podem provocar nos jovens um uso indiscriminado quando não balizado. Nesse contexto, o uso diário influencia o comportamento dos jovens ao olhar o celular, por exemplo, durante o horário de aula, tornando um movimento de atualização quase que automático. Pesquisas afirmam que é papel da família manter o diálogo com jovens de modo aberto.

A Geração Z, denominada a juventude que conduz sua existência e comportamento com a utilização das tecnologias, tem a capacidade de focalização em diversas atividades ao mesmo tempo, de responder de maneira rápida a um estímulo imprevisto, de realizar hipóteses definindo estratégias, capacidade de leitura visual e amplitude em conversas sociais, mas com diminuição no preparo para a escrita formal e no raciocínio matemático.

Todavia, especialistas questionam sobre a influência do uso das tecnologias e seus efeitos na qualidade de vida social e mental dos jovens que, substituiriam etapas importantes do desenvolvimento por tablets ou smartphones nesta fase, havendo pronunciada intervenção na coordenação motora, reflexos e experiências sinestésicas (audição, visão, paladar, olfato e tato). De maneira silenciosa, hábitos antes realizados onde a interação física com o meio ambiente aconteciam são abreviados por dispositivos eletrônicos, os quais não obedecem a norma culta da língua portuguesa, causando intolerância, ansiedade e acessibilidade de 24 horas por dia.

Mesmo diante de consequências negativas, o papel da internet na educação possibilita que jovens aprendam e estudem melhor em suas habilidades. Alguns especialistas indicam que crianças que usam computador em seu processo de ensino-aprendizagem tendem a ser mais inteligentes, referindo-se no quesito escrita e relato verbal. Outro dado relevante é que, devido a tecnologia, a geração atual é melhor escritora do que a geração passada.

As tecnologias podem ser grandes aliadas no processo educacional dos jovens, desde que, ponderado e fiscalizado, deixando bem claros horários e circunstâncias, para se tornar sadio. Esses dispositivos ajudarão os jovens seja em casa, na escola ou trabalho, quando se sentirem com a necessidade de buscarem melhorar seu desempenho. As ferramentas tecnológicas corroboram para o acesso de novos conhecimentos com objetivo de transformar problemas em soluções, almejando uma teoria em prática. Quando a tecnologia é utilizada de modo que traga benefícios, os jovens se sentirão estimulados a ler, descobrir o mundo, favorecer a aprendizagem dentro e fora da escola e estabelecer relacionamentos interpessoais.

Os jovens precisam de orientações básicas acerca do comportamento e espaço virtual, pensando na internet e redes sociais, e para tal, a família necessita ter conhecimento dos riscos e ciladas que esse ambiente pode oferecer. Em casos de menores de idade, é razoável que o controle dos pais impeça o acesso a sites de conteúdo adulto ou não apropriado para faixa etária. Ainda sim, monitorar o uso de computadores quando estes servem para uma única finalidade é uma prioridade em alguns locais de estudos e trabalho. Isso envolve, filtros de conteúdo da web, registros de atividades, bloqueios de downloads e de aplicativos e até tempo de acesso, em alguns casos.

A melhor forma para mediar o controle e papel da internet no cotidiano dos jovens é dialogando, estabelecendo um ambiente de confiança e orientações a prevenção. Primeiramente, converse sobre os perigos nas redes sociais, alertando que os cuidados da vida diária não são tão diferentes dos cuidados que devem ser tomados nos contatos virtuais, afinal nunca se sabe quem está do outro lado da tela. É fundamental ter controle sob as informações pessoais compartilhadas virtualmente, como endereço de casa, telefone ou dados acerca da rotina, a privacidade de um jovem é extremamente importante e necessária, com limites e sabendo quem são os amigos virtuais de preferência. Estabelecer um tempo de uso frente as telas é saudável, isso possibilita com que o jovem crie uma rotina de responsabilidades e atividades que não apenas a internet. Manter instalado programas de Antivírus é crucial pois, protegem os aparelhos contra arquivos indesejados capazes de danificar o computador.

Algumas dicas de segurança para preparar o jovem a evitar situações indesejadas na internet:

  1. Procure utilizar a opção “perfil privado” nos compartilhamentos, autorizando pessoas que você decidir ter acesso;
  2. Cuidado com as amizades das redes sociais, pois não há conhecimento prévio sobre quem são. Evite compartilhar postagens demais e pense muito bem onde irão se encontrar;
  3. Faça com frequência uma verificação sobre sua lista de amizades virtuais e se vale a pena que, elas continuem acompanhando sua vida;
  4. Não faça nada obrigado a fazer. Caso sinta-se desconfortável, diga “Não” retire-se e vá embora, respeitando seus limites;
  5. Não mantenha fotos armazenadas no celular. Em caso de manutenção, apague;
  6. Busque utilizar aplicativos que permitam acesso remoto em caso de perda, roubo ou furto;
  7. Não deixe de usar senha para bloquear a tela inicial do seu aparelho;
  8. Em caso de fotos íntimas, não guardá-las na nuvem, hackers podem obter mais facilmente;
  9. Não compartilhar fotos íntimas na internet;
  10. Evite utilizar a mesma senha para contas diversas.

Para os jovens é de suma importância utilizar os dispositivos móveis pois, apresentam uma simbologia, um rito de passagem, um ingresso a vida adulta, a entrada a faculdade e a chegada da maioridade. É um equipamento que traz identidade e valor social. O uso das tecnologias está presente para agregar a unir conhecimento e aproximar pessoas, fazendo com que jovens possam se beneficiar dessas ferramentas positivamente quando bem manuseadas em prol de atividades sadias e comunicativas. É salutar cogitar que com o avanço cada vez maior das tecnologias, mais e novas medidas de segurança e comportamento deverão ser repensadas entre crianças, jovens e adultos, afinal são mecanismos que envolvem a saúde mental.

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Ádhila C. O de Espírito – Psicóloga (CRP 109972) – Especialista em Saúde Mental
Artigo: Juventude e Tecnologia: A Interface entre Aprender a Conviver Conectado
As opiniões emitidas pelos autores, comentaristas e jornalistas não refletem necessariamente a opinião da Faculdade Ibptech

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