Estratégias eficientes de revisão que vão te fazer se lembrar de tudo.
Estudar sem revisar não é estudar. Porém, muitos estudantes têm dificuldade de manter uma rotina de revisão eficiente, sem se sobrecarregar – ou, ainda, nem sabem como revisar, de fato.
No entanto, a falta de revisões poderá acarretar muitos problemas na vida do aluno – como notas baixas, sobrecarga, falta de organização e muitas outras consequências.
Por isso, hoje vou te mostrar estratégias eficientes de revisão para atingir seu objetivo!
A importância de revisar
Antes de te mostrar, de fato, quais são as estratégias mais eficientes para revisar o conteúdo (que, inclusive, usei para passar em Medicina na Federal), vou te explicar o porquê é tão importante revisarmos.
Como somos expostos a diversas informações diariamente, nosso cérebro deve escolher quais informações vai guardar. Então, para cada novo conteúdo com que temos contato, existe uma curva do esquecimento.
A nossa memória deixa-o bem vívido em nossa mente por até 24 horas, nas quais a lembrança decai muito lentamente. Depois disso, há uma queda brusca no nível de armazenamento daquela informação, a qual fica cada vez mais difícil de se lembrar – a não ser que você revise.
Cada revisão que fazemos eleva novamente a curva, até que aquele conhecimento não seja perdido. Entretanto, se paramos de revisar, a curva volta a cair.
Essa curva chama-se curva de Ebbinghaus, que foi o criador dessa teoria.
Por isso, se você vai fazer um vestibular, concurso, ou uma prova cumulativa, é importante estar sempre revisando os conteúdos mais importantes que cairão no teste.
Métodos de estudos e de revisão
Existem diversos métodos de estudo, porém, poucos são os que realmente funcionam. O que se deve ter em mente é que, para aprender algo, o estudo deve ser ativo, espaçado e repetitivo. Com essa tríade, a aprendizagem é garantida.
E quais são os métodos de estudos/revisão mais eficientes? Veja aqui:
Método Feynmann
Particularmente, esse é um dos meus métodos de estudo favoritos!
Mas, para te explicar esse método, vou te contar a história dele.
Richard Feynman foi um físico norte-americano, que lecionou na Universidade de Cornell e na Caltech. Ele se destacou por ter uma didática impecável e por atrair a atenção dos estudantes mesmo nas matérias mais difíceis, além de ser agraciado com um prêmio Nobel.
Além disso, desenvolveu o seu próprio método de estudos, que é o que nos interessa hoje. Basicamente, ele consiste em:
- Dividir a matéria estudada em partes menores, para facilitar o estudo;
- Ensinar a si mesmo (seja falando ou escrevendo) cada parte, sem verificar materiais de apoio;
- Ler o material original e corrigir os erros que cometeu na autoexplicação;
- Simplifique o conteúdo estudado ao máximo e sempre revise o conteúdo estudado!
Sempre que chegar o tempo de revisar um certo conteúdo, você pode utilizar o método Feynman para relembrar a matéria! O que acha?
Mapas mentais
Os mapas mentais também são uma forma de estudo ativo, se feitos da forma correta. Muita gente acaba utilizando-os do jeito errado, de forma que se tornam um estudo passivo, e não ativo.
Então, agora, vou te explicar como usá-los da maneira certa.
Primeiro, você deve ler o texto do conteúdo estudado. Depois, sem consulta, a sua missão será separar palavras-chave que serão utilizadas no mapa. A partir de uma palavra-chave principal (que é o conteúdo em si), você irá fazer setas ligando-a a outras palavras importantes, que terão um papel fundamental no mapa mental.
Por exemplo, se o conteúdo estudado é Ondulatória, essa palavra ficará no centro e, depois, você a ligaria a outras palavras, como ondas mecânicas e eletromagnéticas, fenômenos ondulatórios etc.
A partir dessas palavras-chave secundárias, você ligará outras, até que o mais importante do conteúdo seja abarcado. Apenas se necessário, você fará um “texto” explicando certo termo, fenômeno, entre outros assuntos.
E como usar um mapa mental como modo de revisão? Muito simples.
Ao ser lembrado de estudar um certo conteúdo pelo site ou app de sua escolha, faça um mapa mental, sem consulta, novamente sobre a matéria. Só depois, você consultará o material de apoio.
Flashcards
Os flashcards são os queridinhos quando se trata de estudo ativo e espaçado. Isso porque eles são extremamente práticos e já são bem disseminados entre os apps (como falarei a seguir, existe um muito famoso e útil para os estudantes).
Para usar de forma eficiente os flashcards, após estudar um certo conteúdo, você deve fazer perguntas pertinentes sobre ele e criar as suas próprias respostas. Primeiro, como sempre, inicie elaborando as perguntas e as respostas sem consulta.
Depois, verifique se os questionamentos e as suas respectivas resoluções estão corretos com os livros e apostilas. Corrija o que for necessário e, por fim, passe tudo isso para o app de flashcards escolhido. Agora, é só manter uma rotina de revisões espaçadas de acordo com os lembretes do site!
Aplicativos para revisão
Atualmente, existem inúmeras ferramentas que os estudantes podem utilizar para manter uma rotina de revisões. O mais famoso é o Anki, que é um sistema de revisões espaçadas e automáticas, disponível para computador, para celular e para tablets.
No Android, ele é gratuito, enquanto que, para IOS, é pago.
Mas, além do Anki, há outras alternativas específicas para concursos ou para vestibulares, ENEM, etc.
Cronograma de estudos
Outro ponto essencial para alcançar a eficiência em suas revisões é ter um cronograma de estudos.
Dessa forma, você conseguirá controlar o tempo de estudos de cada matéria e evitará a procrastinação.
Isso ocorre, porque, ao definirmos exatamente o horário em que estudaremos, a hora de lazer, de exercícios físicos, há uma menor probabilidade de postergar aquela tarefa. Assim, inserir as revisões nesse cronograma será muito mais fácil!
Exercícios
Fazer exercícios, ou seja, praticar os assuntos estudados, é uma forma de se lembrar dos conteúdos já finalizados.
Porém, é válido frisar que, antes de fazer as questões, é imprescindível estudar de fato o conteúdo. Sem isso, muito provavelmente a sua taxa de acertos será baixa, gerando um sentimento de frustração.
Deixando isso de lado, os exercícios serão o seu maior aliado na hora de validar o seu conhecimento e de relembrar um possível tópico que foi esquecido!
Simulados
Os simulados, semelhantemente aos exercícios, possuem a função de validar o seu conhecimento e de relembrar conteúdos esquecidos.
Entretanto, há outra vantagem de fazer simulados com frequência: eles te preparam para o dia da prova, pois realmente simulam a condição de estar com tempo marcado, em um ambiente de maior pressão e com comida e água limitadas.
Portanto, simulados tornam-se uma ferramenta essencial para vestibulandos concurseiros e até para estudantes de faculdade ou escola!
Correção de erros
A correção de erros é uma etapa fundamental de revisão para toda pessoa que estuda. Então, sabe aquela questão que você errou em uma lista de exercícios ou no simulado? Pois é, ela vai ser sua maior aliada de revisões.
Para te explicar isso, vou fazer uma reflexão: se você faz uma lista de exercícios e sempre acerta um certo conteúdo, por que você deveria revisá-lo? Em contrapartida, se o erro persiste em um mesmo conteúdo, será que não seria mais válido revisá-lo, ao invés de perder tempo revisando toda uma matéria?
Pois então! Essa é a ideia de revisar pela correção de erros.
Então, veja o passo a passo:
- Separe todas as questões erradas da lista ou do simulado;
- Verifique se o erro foi por falta de atenção ou por uma lacuna de conteúdo;
- Os erros em razão de lacuna de conteúdo serão os que irão orientar a sua revisão;
- Estude o conteúdo daquele erro por meio de métodos ativos;
- Faça flashcards daquele conteúdo em específico, inclusive reformulando a questão e a inserindo no aplicativo de revisão espaçada;
- Depois, é só revisar esses flashcards de acordo com o espaçamento determinado pelo próprio app.
Métodos para não usar ao revisar
Agora que já sabemos o que fazer, vamos para o que não fazer?
Resumos com consulta
Muitos alunos têm o hábito de fazer resumos – com consulta –, e até usam canetas de várias cores, letras bonitas, como o lettering, mas não conseguem se lembrar dos conteúdos estudados?
Sabe por quê isso não funciona? Porque não é um método de estudo ativo, e, sim, passivo!
Fazer anotações com consulta é o mesmo que assistir uma aula e, depois, não estudar sozinho em casa.
Por isso, se for fazer um resumo, faça sem consulta e, de preferência, use apps como o Anki, para manter uma rotina de revisões!
Assistir aulões de revisão
Parece muito tentador assistir aulões que prometem revisar todos os conteúdos mais importantes de uma prova. Talvez, caso você não tenha conseguido manter uma boa rotina de estudos e de revisões, isso seja uma boa alternativa.
Porém, em um cenário ideal, os aulões não são a melhor opção de revisar um certo conteúdo. Volto a repetir: apenas assistir uma aula ou só ler um livro não são métodos de estudos eficientes!
Por isso, não baseie toda a sua revisão em uma única aula que promete revisar uma quantidade exorbitante de assuntos. Como já afirmei, use os apps de revisão espaçada, mapas mentais, método Feynman etc.
Quais estratégias de revisão eu usei para passar em Medicina na Federal?
Em 2024, fui aprovada em Medicina na Universidade Federal do Rio Grande pela nota no ENEM. Para isso, o método de estudos que eu mais usei foi o Feynman. Após estudar uma matéria com esse método, eu fazia uma lista própria de perguntas e respostas e, se necessário, passava para o Anki.
Com isso, eu conseguia manter uma rotina de revisões de acordo com os lembretes do app. Caso eu percebesse que um certo conteúdo já estava “batido”, eu simplesmente o retirava do calendário do Anki.
Para além disso, fazia simulados semanais e corrigia os meus erros pelo método que comentei acima: classificava as questões erradas por falta de atenção ou por falta de conteúdo e fazia uma revisão das que havia errado por uma lacuna na matéria, inserindo-a nos flashcards!
Conclusão
Agora, você já sabe o que é a curva de esquecimento de Ebbinghaus e por que é tão importante sempre revisar os conteúdos estudados.
Além disso, eu te expliquei exatamente quais são os melhores métodos de estudos e como usá-los em suas revisões – método Feynman, mapas mentais e flashcards.
Outro ponto elucidado é a importância de montar um cronograma de estudos, de fazer exercícios e simulados, e como corrigir os erros cometidos em listas e em provas, além de te mostrar alguns sites e apps de revisões espaçadas.
Por fim, também realcei o que não fazer na hora de revisar o que foi estudado, para que não haja frustração nos seus estudos.
Agora que você já sabe de tudo isso, é hora de pôr em prática esse novo conhecimento e ir estudar!
Até mais!
Autora: Rebeca Rosa Lima Machado
Estudante de Medicina na Universidade Federal do Rio Grande e apaixonada pela escrita. Há anos atua como redatora e, atualmente, como mentora de vestibulandos.
Arte: iStock.com/Drazen Zigic
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