Graduado em Ciências Biológicas, pela Universidade Estadual de Maringá. Especialista em Gestão Ambiental e Educação para Desenvolvimento Sustentável. Professor da disciplina de Biologia para o Ensino Médio e cursos pré-vestibulares. Elaborador e revisor de questões para concursos nas áreas de Ciências da Natureza e Ciências da Saúde.
Dicas de estudo que podem ser decisivas para sua aprovação nos vestibulares
A vida de vestibulando muitas vezes está associada a uma rotina intensa, desgastante, repleta de desafios, anotações, calendários e uma pitada de ansiedade. O estudo em si é potencialmente muito estressante. Com pressões diferentes e conflitantes, exige “jogo de cintura” para lidar com horas de leitura, resumos, resoluções de exercícios, provas em série, vida social, cuidados com a saúde, demandas familiares…Ufa! E muitas vezes esses nossos maratonistas do conhecimento, ainda precisam escutar, “mas você só estuda?!” Pois é. Muitos não compreendem a rotina de renuncias, falta de tempo e todo o estresse envolvido nesta função.
No poderoso jogo mental dos estudos, também surgem questionamentos desafiadores como: Quais minhas verdadeiras aptidões? Será que sou capaz? Qual curso escolher? Que tipo de profissional serei? E dentro desta tempestade de questionamentos e dúvidas, são comuns as inevitáveis e perigosas comparações. Perigosas? Sim. Pois levam o estudante a se comparar aos colegas, que talvez pareçam ter tudo sob controle (nem sempre é o caso), com desempenhos superiores em algumas áreas de conhecimento.
Algo muito importante a ser considerado é que, cada um possui o seu tempo, suas aptidões, seu ritmo de evolução e aprendizado. Não caia nesta armadilha mental! Uma dica que dou para meus queridos(as) alunos(as), se é para haver comparação, compare-se com o você de ontem, buscando ser melhor hoje e, ainda melhor, amanhã!
Pois bem, após fazer algumas importantes observações, vamos para a parte prática do nosso artigo. Quais dicas, estratégias e técnicas, pode-se adotar no dia a dia, para otimizar os estudos e, consequentemente, melhorar os resultados nos vestibulares que estão por vir? Primeiramente, é importante esclarecer, não existe fórmula mágica ou pílula milagrosa, que promova uma reviravolta no desempenho, na disposição e na aptidão, da noite para o dia. É preciso disciplina e consistência! Assim como o bom condicionamento físico de um atleta, é adquirido com muito treino e dedicação, o estudante precisa, diariamente, construir seu próprio condicionamento. Isso envolve muita leitura, desafios, problematizações, frustrações e, como dito anteriormente, buscar se superar dia após dia. O que nem sempre é possível e faz parte do trabalho mental, lidar com as frustrações dessa rotina.
Abaixo, listo algumas dicas que podem ser úteis na sua preparação:
- Gestão de tempo.
Apesar de muitos já saberem da importância deste primeiro tópico, subestimá-lo pode comprometer todas as etapas seguintes. Neste caso, a pressão psicológica é causada por sentir-se com muitos afazeres e com pouco tempo para realizá-los (uma equação clássica de estresse).
Mas como reduzir as demandas ou aumentar o tempo? Prioridades! Selecione o que não é importante, mas cuidado, não retire as atividades físicas e o sono. Estes são essenciais! Em momentos de muita pressão, como exames ou prazos curtos, pode-se incluir a redução de alguns contatos sociais, tarefas domésticas e compras. Faça lista de tópicos essenciais para estudos, mas mantenha a lista curta e prática, para que você possa acessá-la facilmente. Sugiro um tempo máximo de 45 minutos para cada item e caso necessário, divida-o em tópicos menores que levarão menos tempo.
Considero este tempo interessante, pois acima disso, a tendência, é que os níveis de atenção e de concentração diminuam, acarretando prejuízo no aprendizado. Para alguns, especialmente se a leitura ou o estudo for muito denso, o intervalo entre a troca de conteúdo, é fundamental para a retomada da concentração. Sugiro pausas de 5 a 10 minutos. Mova-se um pouco, faça um alongamento, beba água e respire fundo!
- Use mapas mentais e fluxogramas.
Auxílios e estímulos visuais são extremamente úteis ao estudar e revisar assuntos diversos. E o uso de fluxogramas e de mapas mentais, são importantes para fixar e organizar os pensamentos. No início de um tópico, desafie-se a escrever tudo o que você já sabe sobre ele e, em seguida, destaque onde estão as lacunas. Com a aproximação da data da prova, tente organizar suas notas de revisão em diagramas de uma página. O uso deste método organizacional torna as informações mais concretas, facilitando o entendimento e abrindo a possibilidade de aprofundamento dos temas de interesse. Há, também, a possibilidade de esquematizar de forma mais detalhada os temas de maior complexidade.
Lembre-se! Colocar suas ideias neste breve formato, pode ajudá-lo a recordar rapidamente do que você precisa saber durante as avaliações, sendo uma importante ferramenta para manter o fluxo de aprendizagem.
- Faça as provas das edições anteriores.
Uma das maneiras mais eficazes de se preparar para os diferentes formatos de vestibulares, é a resolução das provas de edições anteriores. Isso é fundamental para você se familiarizar com o formato das questões, se planejar em relação ao tempo disponível para a realização da prova e manter-se calmo ao longo da avaliação. É claro que cada edição possui suas particularidades, mas é uma forma de diagnosticar conteúdos com maior dificuldade de entendimento e que exijam uma atenção especial. Por fim, trata-se de uma estimativa muito importante, para auxiliar no gerenciamento do tempo para cada dia de prova.
- Explique para os outros.
Já passou pela experiência de ter a certeza absoluta de dominar algum conteúdo, mas quando alguém lhe perguntou sobre o assunto, você percebe que não consegue explicá-lo de forma satisfatória? Isso ocorre pois todos nós temos um senso intuitivo de que já possuímos a resposta ou a explicação completa, mas muitas vezes deixamos de gerar uma para nós mesmos. Diferentes questionamentos sobre o tema, nos força a substituir nosso falso sentimento de compreensão pelo raciocínio real.
Por isso, explique a resposta de uma questão para pessoas próximas e, melhor ainda, se for um grupo de estudos. Você pode ter perguntas para as quais eles têm as respostas e vice-versa. A prática de verbalizar como determinada questão foi resolvida, irá ajudá-lo a compreender o assunto e identificar possíveis pontos falhos ao longo dos estudos.
- Revisar e impedir a curva do esquecimento.
Hermann Ebbinghaus foi um psicólogo e filósofo alemão, conhecido por sua pesquisa sobre a curva de esquecimento e o efeito de espaçamento. Seu trabalho inovador sobre a curva do esquecimento foi publicado em seu artigo “Memory: A Contribution to Experimental Psychology ” em 1885. A curva de esquecimento de Ebbinghaus é um gráfico que mostra a taxa na qual a memória humana se deteriora ao longo do tempo. É caracterizada por memórias passando por um estágio inicial de rápido declínio da memória dentro de 24 horas, seguido por uma taxa mais lenta de deterioração da memória a longo prazo. Hermann propõe uma recordação ativa, pois força os alunos a participar do processo de aprendizagem e a pensar sobre o conteúdo de uma maneira mais profunda, formando memórias mais fortes como resultado. São exemplos os questionários, os desafios e os flashcards (cartões para testar sua memória, de um lado uma pergunta, e do outro, a resposta.
- Faça conexões.
O ato de associar é o método pelo qual você liga determinada palavra ou assunto a informações que você já possui armazenadas em sua memória. Pode-se relacionar com experiências anteriores, pessoas, imagens e frases. Um exemplo que utilizo nas minhas aulas e não tem erro para a memorização, são as etapas da mitose (divisão celular), prófase, metáfase, anáfase e telófase. Como memorizá-las? Prometa a Ana telefonar! Pronto, resolvido.
Por fim, enfatizo novamente, que cada vestibulando possui suas afinidades, aptidões, rendimento nos estudos, preferências de turnos (matutino, vespertino e noturno). E essas dicas, podem ser adaptadas para cada perfil de estudante, independente da área de conhecimento. Tendemos a esquecer as coisas muito rapidamente, isso é um mecanismo fisiológico, mas também, esse efeito pode ser combatido por meio de métodos como esses abordados anteriormente.
A memória humana é complexa e pode nos pregar algumas peças funcionar contra nós à medida que envelhecemos, mas também é um mecanismo que pode ser otimizado e melhorado com a ajuda de estratégias específicas. Podemos ter um papel ativo na melhoria de nossa retenção de memória e, embora nem sempre seja fácil, vale a pena persistir.
Sentir-se preparado e disposto, para o tão aguardado dia, é fundamental para diminuir a ansiedade e evitar o tão temido “deu branco”. Esses apagões da memória, que podem gerar mais estresse e impactar negativamente no desempenho.
Forte abraço e sucesso!
Prof. César Milani
Artigo: Dicas de estudo que podem ser decisivas para sua aprovação nos vestibulares
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